Por Cláudio Vigo Em 12/04/09
Reza a lenda, que toda última sexta feira do mês, num boteco de Los Angeles, se reúnem sintomaticamente, três anjos do inferno, travestidos de virtuose das cordas, que atendem pelo nome de Steve Vai, Joe Satriani e Steve Lukather (Toto). Abandonam suas hordas de discípulos da velocidade, que beijam as capas de Guitar Player e vão para os fundos do boteco (uma simples loja que vende Margueritas e tacos) onde há um quarto escuro com uma imagem de Jeff Beck. A situação se repete há anos, os três se despem de sua púrpura, pompa e circunstância e de joelhos sobre o milho põem pra tocar inteiro o álbum "Truth" e depois o "Blow by Blow" e choram copiosamente entoando o mantra: “Ah, porque não sou assim?”. Depois de muito ranger de dentes e ataques de autocomiseração fazem uma Jam, onde copiam por puro prazer, cada nota emitida pelo mestre. Só quem vê isso é Chico (o dono do bar) que não se importa, pois além de tudo é fã de Santana. Recompostos voltam para suas limusines e seus estúdios, pois tem muitas coisas pra gravar rapidamente.
O autor dessa nota recomenda (e eu reafirmo a recomendação dele): o excelente CD ao vivo - "Performing This Week - Live At Ronnie Scott" que o mostra em grande forma acompanhado por uma superbanda: Vinnie Colaiuta, Jason Rebello e a estonteante australiana Tal Wikenfeld (que só falta fazer chover no baixo). “Se você gosta de guitarra elétrica, compre o seu, e, se possível todos os outros também e ouça como medicamento também. Seu nível de colesterol vai baixar e se for músico quando tiver vontade de desperdiçar notas a esmo vai pensar duas vezes. Economia e bom gosto, eis a conseqüência”. Quem quiser uma amostra, também pode ver o mestre Jeff Beck no Crossroads Guitar Festival de 2007, promovido pelo não menos mestre, Eric Claptom.
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