Falar de rock progressivo para mim é muito fácil. Ainda mais depois de sair de um show, como o de agora a pouco, do Recordando o Vale das Maçãs! Os caras mandam bem demais, conservando muito vivo o sentimento do rock progressivo. Porque acho que esse tipo de música não é para qualquer pessoa. Para ouvir adequadamente, é preciso ter sensibilidade, porque é uma viagem musical.
O show começa com "It's Time to Change", com uma introdução que lembra um pouco o começo de Xanadu, do Rush. Em seguida vem "Universe", "Someday Beyond", "Earth", a belíssima "Eremita", até chegar "Água". Essa última, em especial, tem uma intro muito bem elaborada, com o baterista Tom Zé (um verdadeiro Neil Peart brasileiro), fazendo ruído de água com o próprio elemento natural e Lael Lopes detonando no sintetizador. Me lembrou o Tangerine Dream, mais precisamente, Edgar Froese, em seu disco solo "Aqua" (altamente recomendável). Logo após, mandam com "O Ciclo da Vida". No bis, a estratosférica "Relembrando o Vale das Maçãs", apesar do folheto do set list apontar a música "Civilização Maia". Achei que faltou "Himalaia", mas já perdoei.
Há exatamente 1 ano e 8 dias atrás, o RVM esteve tocando aqui, também no Julhofest, mas desta vez me pareceu uma banda diferente. A pegada está mais forte, mas não menos empolgante para os fãs do prog rock, mostrando uma certa evolução da banda. Lael Lopes (tecladista), que comparei a Mark Kelly (Marillion) na última apresentação, parece mais um Rick Wakeman. Para mim ele é base da banda, junto com o guitarrista Fernando Pacheco. O baixista, Giuliano Tiburzio, me lembra o vocalista do Rush, Geddy Lee, com seu timbre de voz. Tom Zé Bortoloto, dispensa comentários, mas eu os faço sem medo: simplesmente perfeito, um virtuose, como se dizia antigamente, mas que se aplica muito bem ao baixinho das baquetas.
Palavras chave: um show perfeito; platéia, como sempre nesse tipo de música, seleta; banda excelente, como poucas hoje em dia. E para terminar: uma noite perfeita! Relaxante e ao mesmo tempo vibrante.
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