O
Som Nosso de Cada Dia foi fundado em 1972 pelo multi-instrumentista Manito
(ex-Incríveis), pelo baixista Pedrão Baldanza (ex-Novos Baianos) e pelo
baterista Pedrinho (velho colaborador de Manito em seu projeto solo). Após se
reunirem para formar uma banda de baile, os três mudam de ideia e resolvem
investir em um som mais ousado, menos convencional e com influências mais
plurais, indo de Jimi Hendrix a Sun Ra, passando evidentemente por todos os
ícones “nuggets” da época, como: Yes, Pink Floyd e Emerson, Lake & Palmer.
Após seis meses de ensaio e centenas de ácidos na caixola, o grupo consolida um
repertório e uma identidade, algo como a resultante de um encontro entre Rick
Wakeman e Edu Lobo. Em seguida, Manito aceita um convite para substituir
Arnaldo Baptista nos Mutantes, entretanto, por alguma razão acaba voltando
atrás poucas semanas depois, a tempo de gravar o debut do Som Nosso: “Snegs”.
O
disco é um sucesso de público e crítica, sendo considerado até hoje, ao lado de
“Tudo Foi Feito Pelo Sol” dos Mutantes, como um dos maiores clássicos do rock
progressivo verde e amarelo.
A boa repercussão do álbum resultou num convite
para a abertura da turnê brasileira de Alice Cooper (vale lembrar que Alice
estava em seu auge naquele momento), onde o trio tocou para uma plateia
superior a 150 mil pessoas. Os shows do Som Nosso causaram tamanha catarse, que
era possível ouvir o público ainda gritando pela banda durante as apresentações
de Alice Cooper. Após a participação no Festival de Águas Claras, Manito deixa
novamente o grupo, levando os integrantes remanescentes a incorporar, com
sucesso, outros elementos à formação, como metais e mais duas guitarras. Em
1977 o grupo lança seu segundo álbum, Sábado/Domingo, fortemente marcado por
influências de funk e soul trazidas por Pedrinho.
Apesar de tocado com certa frequência
nas rádios, o trabalho não atinge o êxito comercial de seu antecessor, levando
a banda a encerrar suas atividades um ano depois. O album é peças fundamental no acervo de qualquer fã de rock
progressivo que se preze. O disco até hoje tem grande repercussão, inclusive em
âmbito internacional, no circulo de cultuadores do estilo. Em 1994 os
integrantes da formação original se reuniram pela última vez para celebrar os
20 anos de lançamento do álbum. O resultado foi uma versão caleidoscópica para
a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, colocada como faixa bônus da edição
comemorativa.
Discografia:
Snegs - 1974
Som
Nosso (sábado/domingo) - 1977
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