terça-feira, 18 de junho de 2013

Rock - O Som Nosso de Cada Dia


 

O Som Nosso de Cada Dia foi fundado em 1972 pelo multi-instrumentista Manito (ex-Incríveis), pelo baixista Pedrão Baldanza (ex-Novos Baianos) e pelo baterista Pedrinho (velho colaborador de Manito em seu projeto solo). Após se reunirem para formar uma banda de baile, os três mudam de ideia e resolvem investir em um som mais ousado, menos convencional e com influências mais plurais, indo de Jimi Hendrix a Sun Ra, passando evidentemente por todos os ícones “nuggets” da época, como: Yes, Pink Floyd e Emerson, Lake & Palmer. Após seis meses de ensaio e centenas de ácidos na caixola, o grupo consolida um repertório e uma identidade, algo como a resultante de um encontro entre Rick Wakeman e Edu Lobo. Em seguida, Manito aceita um convite para substituir Arnaldo Baptista nos Mutantes, entretanto, por alguma razão acaba voltando atrás poucas semanas depois, a tempo de gravar o debut do Som Nosso: “Snegs”.

 O disco é um sucesso de público e crítica, sendo considerado até hoje, ao lado de “Tudo Foi Feito Pelo Sol” dos Mutantes, como um dos maiores clássicos do rock progressivo verde e amarelo. 

A boa repercussão do álbum resultou num convite para a abertura da turnê brasileira de Alice Cooper (vale lembrar que Alice estava em seu auge naquele momento), onde o trio tocou para uma plateia superior a 150 mil pessoas. Os shows do Som Nosso causaram tamanha catarse, que era possível ouvir o público ainda gritando pela banda durante as apresentações de Alice Cooper. Após a participação no Festival de Águas Claras, Manito deixa novamente o grupo, levando os integrantes remanescentes a incorporar, com sucesso, outros elementos à formação, como metais e mais duas guitarras. Em 1977 o grupo lança seu segundo álbum, Sábado/Domingo, fortemente marcado por influências de funk e soul trazidas por Pedrinho. 

Apesar de tocado com certa frequência nas rádios, o trabalho não atinge o êxito comercial de seu antecessor, levando a banda a encerrar suas atividades um ano depois. O album é peças fundamental no acervo de qualquer fã de rock progressivo que se preze. O disco até hoje tem grande repercussão, inclusive em âmbito internacional, no circulo de cultuadores do estilo. Em 1994 os integrantes da formação original se reuniram pela última vez para celebrar os 20 anos de lançamento do álbum. O resultado foi uma versão caleidoscópica para a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, colocada como faixa bônus da edição comemorativa. 


Discografia:
 Snegs - 1974 
 Som Nosso (sábado/domingo) - 1977 

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