A última edição da revista alemã Bass Quarterly traz uma entrevista com o frontman do RUSH Geddy Lee. Em uma conversa bem-humorada o músico comentou a vitória de Barack Obama nas eleições americanas, a longevidade da banda, a fidelidade dos fãs, o humor como elemento essencial nas apresentações do RUSH, além de algumas curiosidades com relação à utilização de máquinas de lavar e fornos elétricos nos shows do power-trio.
Bass Quarterly: Qual foi a sua reação na noite anterior à eleição de Obama?
Geddy Lee: "Eu estava animado e aliviado. A eleição de Obama é uma conquista monumental para os Estados Unidos, sinaliza a chegada a tempos modernos no nível de administração e também na capacidade de reconhecer a riqueza cultural existente em nosso país, vizinho dos Estados Unidos. Obama é a grande transformação do nosso tempo".
BQ: De todos os lugares glamorosos do mundo em que o RUSH tocou durante a última turnê, vocês gravaram seu novo DVD “Snakes & Arrows Live” na Holanda.
GL: "A banda é popular em diversos países, incluindo a Holanda. Visto que tocamos duas noites na Arena AHoy (localizada na cidade de Rotterdam), por razões práticas, optamos por gravar o DVD lá".
BQ: Como você explica o sucesso crescente do RUSH depois de 35 anos de carreira, considerando que vocês são um assunto secundário no mainstream?
GL: "Eu apenas posso supor algo nessa (resposta). Existe certamente um espírito em nossa música, que mantém o nosso público marcado ao longo dos anos. Estou bastante certo de que nós representamos o ‘vício’ musical perfeito para uma parte do nosso público (risos)".
BQ: Fiquei surpreso que, apesar da música poderosa, há bastante humor nos shows de vocês. O humor é uma parte importante da sua arte?
GL: "A banda existe há muito tempo e você não pode passar tanto tempo com as mesmas pessoas se não houver humor envolvido. Você não pode durar em uma banda se não existirem denominadores comuns que ultrapassem a música. Temos realmente uma série de interesses em comum, mas nosso senso de humor e sátira são peças-chave para a existência contínua da amizade, na qual o nosso trabalho está baseado. Em algum momento foi inevitável integrar o humor ao nosso trabalho. Além disso, não espero que o público nos ouça de forma concentrada por três horas de show ser lhes dar um sorriso de vez em quando – mesmo que seja apenas para mostrar a eles que não estão assistindo um Rush sério demais".
BQ: É importante apoiar o entretenimento no humor, em vez de apresentar um show grandioso?
GL: "De vez em quando nossa música é muito difícil e complexa, e em minha opinião só por nos ouvir cada membro da platéia merece um biscoito depois do show (risos)".
BQ: Por que você resolveu colocar objetos obscuros como máquinas de lavar roupa como substitutos aos amplificadores no palco?
GL: "Quando eu vim para os ensaios de uma de nossas turnês mais recentes, nosso guitarrista Alex (Lifeson) tinha acabado de construir o seu amplificador monolítico no lado dele do palco. Aquilo parecia um gigantesco clichê do Rock'n'Roll. O amplificador do meu contrabaixo, em contrapartida, tinha a dimensão épica de uma mala, que parecia ridícula se comparada com a da estrutura estilo 'Deus do Rock' que ficava do outro lado do palco. Por isso, meu roadie e eu pesquisamos a possibilidade de preencher a minha parte do palco e mostrar o quanto era ridícula a 'torre' adotada por Alex. Esse foi o começo de tudo. E não foi inconveniente, pois serviu para os shows, ao mesmo tempo em que lavou a roupa de toda a equipe (risos)".
BQ: Desta vez você usou fornos no palco, substituindo os amplificadores. Você realmente assou frangos durante os shows?
GL: "Este é um segredo que não posso revelar, devido às leis sanitárias de cada país, que fazem com que seja complicado assar frangos. Infelizmente, não fomos capazes de dividir nosso frango com o público".
Traduzido de: Rushisaband.com
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