sábado, 9 de outubro de 2010

Rock - Rush em São Paulo 08/10/10


O trio canadense Rush voltou ao Brasil e provou que ainda é um dos melhores grupos do hard rock mundial. Principalmente, ao vivo. Sorte dos paulistanos, que viram o primeiro dos dois shows da turnê nacional na noite de sexta-feira 8/10.
Com mais de 40 anos de estrada, a banda divulga a turnê Time Machine, que para delírio dos fãs, conta com a reprodução na íntegra do clássico disco Moving Pictures, gravado em 1980 e lançado no ano seguinte. E também conhecido como o CD da música Tom Sawyer.
Depois de um vídeo humorístico no telão, Geddy Lee (baixo e vocal), Alex Lifeson (guitarra) e Neil Peart (bateria) subiram ao palco com os hits The Spirit of the Radio e Time Stand Still. O estádio do Morumbi foi abaixo.
Tocando entre decorações bizarras como máquinas do tempo e fogos, a banda fez um show perfeito em todos os quesitos. Inclusive, o som se manteve incrivelmente audível. O Rush tem fama de se apresentar apenas em locais que reproduzam seu som de forma clara. Ou seja, nada mais honesto com o público.
Quando a banda terminou a música Subdivisions, veio a surpresa. Em tom de piada, um locutor avisou (em português) que haveria um intervalo. E que isso se devia a idade avançada dos músicos.
Depois da pausa, chegou o grande momento de festejar os 30 anos do disco Moving Pictures. Além da citada Tom Sawyer, apareceram Red Barchetta, Limelight, The Camera Eye, Witch Hunt, Vital Signs e a instrumental YYZ.
Mas o trio ainda tinha mais algumas cartas na manga, entre elas as canções inéditas Brought Up to Believe e Caravan. As composições farão parte do repertório do novo CD, Clockwork Angels.

Já o solo de Neil Peart – considerado um dos maiores músicos do mundo – foi ouvido em silêncio, como uma lição de um mestre samurai das baquetas.
Para fechar a noite, mais três sons matadores: Closer to Heart,The Temples Of Syrinx e Working Man (em uma versão reggae e rock).

Fonte: portal R7




Abaixo, transcrição da entrevista com o baixista do Rush, Geddy Lee, concedida ao portal UOL:


Sobre o novo álbum, "Clockwork Angels":
Geddy Lee: O álbum novo ainda está em fase de produção. Gravamos duas músicas até agora. Uma é "Caravan" e a outra é "Brought Up to Believe". Essas são as primeiras canções do novo álbum conceitual "Clockwork Angels". Temos cerca de 4 ou 5 músicas escritas, mas ainda não gravadas, e queremos escrever mais umas 2 e juntar a coisa toda. Então , eu não acho que o disco esteja pronto até o próximo ano.


Moving Pictures, 30 anos depois:
GL: É interessante, pois estamos tocando Moving Pictures na íntegra em toda essa turnê. estou surpreso com o quanto estou gostando disso. E mesmo músicas como "The Camera Eye", que eu não achava que passariam pelo teste do tempo. De fato, elas soam bastante "frescas". Acho que esse álbum, em particular, está envelhecendo bem, de forma elegante. E é bom saber disso.


Gravações da turnê "Time Machine":
GL: Nós gravamos todas as noites, mas não filmamos tudo, apesar de termos muitas câmeras espalhadas. Invariavelmente, depois que a turnê chegar ao fim, vamos preparar algum tipo de apresentação ao vivo, mas ainda não tenho certeza que forma isto tudo terá.


O Rush na calçada da fama:
GL: Sinceramente, é difícil colocar essas coisas em perspectiva. Minha primeira reação sempre é, obviamente, sorrir. Mas minha segunda reação é "Eles devem ter cometido algum engano. Talvez eles pensem que somos outras pessoas, sei lá". É sempre uma honra receber prêmio e é certo que gostamos, mas ficamos sempre surpresos e tentamos não pensar nessas coisas, só continuar com o que fazemos.


O Documentário "Beyond the Lighted Stage"
GL: Para mim é uma experiência esquisita assistir aquele filme. Primeiro porque eu não gosto de me assistir falando sobre mim mesmo. É estranho, não é normal. Mas me senti muito honrado ao ouvir as coisas legais que os outros músicos tinham a dizer. E fiquei aliviado que as pessoas que fizeram o filme, tinham um ótimo senso de humor, e o senso de humor que temos na banda, transpareceu no filme, o que me deixou muito feliz. Ainda assim, assistir um filme sobre nós, não está entre minhas coisas favoritas. Fico agradecido que tantas pessoas parecem ter gostado.


O Rush nos games:
GL: Nós gostamos muito dos games, porque eles falam do tipo de essência do que é o Rush. Eles tem apelo entre os jovens, os ajudam a ouvir música de dentro para fora. Para jogar "Rock Band" ou "Guitar Hero", você precisa mesmo ouvir a música, precisa imitar as partes e eu acho que é uma forma incrível de conhecer músicas e instrumentos. Eu acho que muitos jovens vão começar jogando os games e daí vão querer aprender a tocar guitarra, bateria ou baixo. Acho que é uma ótima maneira de introduzir os jovens no mundo musical. Também é um jogo para a família, o que também é legal. Qualquer coisa que reúna as famílias para fazerem algo juntas, é boa. Eu conheço pessoas que passam as tardes com a família jogando Rock Band ou Guitar Hero, um desses jogos e eu acho que é uma coisa boa, não vejo nada de negativo.


Sobre os 40 anos de estrada:
GL: Eu não sei explicar porque estamos tocando tão bem juntos. Acho que só estamos ficando melhores (risos). Há algumas vantagens em envelhecer, nem tudo é ruim. Uma delas é que você fica mais confiante e melhora sua habilidade. E acho que é o que acontece conosco. Temos tocado juntos por tantos anos, que quando subimos ao palco, tudo começa a se encaixar de verdade . Essa turnê tem sido muito excitante para nós por muitas razões. Começamos com uma turnê pequena, que foi ficando maior e maior, porque todas essas pessoas vinham nos ver e isso criou uma ótima atitude dentro da banda. Estamos curtindo o bom momento, gostamos de tocar e vamos continuar isso.


Para o futuro:
GL: Acho que nós três gostamos mesmo é de escrever músicas juntos e somos curiosos com nosso próprio progresso. Depois de um tempo nós nos reunimos e não sabemos que tipo de música vamos escrever até sentarmos, e aí algo surge, quer nos deixa realmente empolgados. Acho um relacionamento interessante. É tudo sobre escrever e novas músicas para nós. Acho que sem novas músicas, a banda não poderia continuar.

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