quinta-feira, 29 de abril de 2010

Rock - Dicas - Rock alemão



Achei esse post sobre rock alemão , que eu curto de montão (expressão antiga, não?). Os autores estão devidamente creditados e creio que é uma excelente oportunidade de conhecer os grupos alemães da fase mais prolífica da música, que é o rock progressivo. É lógico que eu não concordo com todos os comentários feitos, principalmente quanto à "clonagem" do som de bandas americanas ou inglesas da época, principalmente quanto ao Triunvirat e o Tangerine Dream, que eu considero ótimas bandas (imperdíveis). O Eloy, Nektar  e Embryo também mostram valores acima das imitações que lhes são atribuídas.  Além disso o Kraftwerk é um caso à parte no rock eletrônico, uma verdadeira aula de como se faz música eletrônica. Ou seja, os alemães fizeram uma ótima fase progressiva do rock. É para ouvir e viajar!

ROCK GERMÂNICO NO BRASIL

por André Mauro / Breno Ninini
O rock n’roll, coroamento de uma longa evolução musical na terra de Tio Sam,
dificilmente poderia gerar desdobramentos criativos no continente europeu.
No inicio dos '60, entretanto, os jovens músicos ingleses perceberam que
havia grande identidade entre o protesto candente do rhythm’ blues e a
angústia que eles próprios sentiam. Assim, mergulhando na raiz negra do
rock, os Beatles, Stones, Animals etc.começaram a sua aclimatação na Europa.

A Alemanha não participou sequer dessa evolução. Só foi tocada, mesmo, com a
eclosão do rock progressivo.  Por quê?  Ora, devemos lembrar, antes de mais
nada, que a Alemanha e o Japão foram os grandes derrotados da 2ª Guerra
Mundial.  As feridas custaram a cicatrizar.  Ambos se atiraram
compulsivamente ao trabalho - os japoneses para exorcizarem os horrores
atômicos, os boches para esquecerem os genocídios nazistas - afinal, em seu
caso, a humilhação do fracasso somou-se à vergonha pelos crimes contra a
humanidade.
Além disso, a Alemanha emergiu do conflito dividida, como um dos palcos
principais da Guerra Fria.  Nena (cantora pop), em "99 Luftballons", dá 
uma idéia do que significava o muro de Berlim para os germânicos - símbolo 
tangível da derrota, obstáculo ao congraçamento de irmãos e, pior, farol 
que iluminava os temores/presságios de uma nova e definitiva contenda 
entre as potências nucleares (pois é lá que capitalismo e comunismo se 
encontravam frente a frente; é lá que os riscos eram mais evidentes e que 
por várias vezes já se pensou estar iniciando o duelo apocalíptico).

Que tal ser jovem num país que vive em ritmo de usina e se assemelha a um
paiol, onde o fósforo aceso descuidadosamente pode mandar tudo pelos ares?
Os alemães respondem com sua arte: discos e filmes, o que mais nos chega,têm
como ponto comum uma frieza de enregelar.  A sociedade que se adivinha por
trás deles é extremamente tecnológica, espantosamente robotizada e
miseravelmente desumana.  Neles nâo há piadas.  Há uma total falta de
perspectivas, mitigada pelas drogas e por remotos sonhos de evasão.  A
estrada é um símbolo primordial - escapar para longe, onde não existem 
fronteiras nem muros (vide os filmes de Wim Wenders; vide o LP Autobahn, que popularizou o Kraftwerk).

Vias de escape

Entende-se então porque os alemães só curtiram o rock dos anos 70, o rock da raiva e do desencanto. Antes havia alegria demais, e todos aqueles projetos de mudança do "flower power". Se o psicodelismo assumiu nos EUA e Inglaterra as feições risonhas do "paz e amor", na Alemanha tudo foram bad trips. A distância entre ambos é a que vai de Woodstock a Christiane F. E, não por acaso, a primeira leva de expoentes mais notórios do rock alemão veio na esteira dos LPs de 1969 do Pink Floyd e King Crimson ("Ummagumma" e "In The Court of The Crimson King"), discos-manifestos do rock espacial. Seus atrativos: ofereciam também via de escape, já não através das prosaicas estradas de asfalto, mas sim pelas lisérgicas rotas do firmamento: e começavam a desvelar o mundo moderno como palco de dominação tecnológica(enfoque familiar aos germânicos, que já haviam vivenciado o sutil totalitarismo da sociedade regida pelo deus computador). Um dos traços mais característicos do rock progressivo alemão seria exatamente a denúncia da tecnologia. E, bons estrategistas, eles voltariam contra o inimigo as armas do mesmo: abusariam ao extremo da parafernália eletrônica, como a enfatizar a artificialidade do ambiente transfigurado pela tecnologia. Nunca se ouviu tanto sintetizador, mas também nunca os sintetizadores foram acionados para produzir sons tão desagradáveis: estática, goteiras, serrotes, o diabo. Herdeiros de grandes experimenta- dores como Stockhausen e Kagel, os alemães criariam uma música destinada quase que exclusivamente ao cérebro, e que na melhor das hipóteses servia para embalar viagens por paisagens etéreas,- na maioria dos casos, parece trilha sonora de pesadelos ou de bizarros filmes undergrounds.

Os boches estão chegando

No Brasil, o rock alemão despontou em meados da década de 70 e obteve considerável impacto, apesar de distribuido por pequenas gravadoras (a "One Way", através do selo "Sábado Som" e a "Basf") ou por uma companhia sem tradição roqueira (a "Copacabana"). Com recursos e experiência superiores, a EMI-Odeon alçou ao sucesso três grupos que lançou: Triumvirat, Eloy e Kraftwerk. A invasão foi repentina e maciça. Com pouquíssima informação prévia, foram chegando o Omega, Emergency, Thirsty Moon, Kollektiv, Wolfgang Douner Group, Harmonia, 
Cluster, Yatha Sidhra, Neu, Nine Days Wonder, Gila, Embryo e
tantos outros, obrigando os curtidores da "head music" a verdadeiras 
maratonas de avaliação.
Um esporte praticado à época era identificar o conjunto norte-americano ou
britânico que cada grupo alemão copiava.  Além de tardia, a aclimatação do
rock na Alemanha foi meio precária, dando ensejo à existência de muitas
bandas-xerox: a Jane era o Procol Harum sem tirar nem pôr; o Amon Dull II
lembrava demais o Jefferson Airplane e o Starship; o Triumvirat tinha tudo
do Emerson, Lake & Palmer.

NEKTAR

Sucesso surpreendente obtido no Brasil foi o do Nektar e suas intermináveis suítes de ficção científica. Em menos de dois anos, teve o despropósito de sete discos aqui lançados. Trata-se, na verdade, de uma banda formada por músicos ingleses que tocavam na Alemanha desde meados da década de 60. Só gravaram o LP de estréia, "Journey to the Centre of the Eye", em 1971. Suas influências óbvias eram as novelas de Isaac Asimov, "Viagem Fantástica" em particular, e o disco "Tarkus", do Emerson, Lake & Palmer (aquele cujafaixa-título toma um lado inteiro do LP e mostra as peripécias futuristas de um tatu-tanque-de-guerra). O Nektar manteve sua base de operações em território alemão e continuou sendo distribuído por uma gravadora germânica, daí merecer o enquadramento dentro do germanic-rock. Decaiu com a saída do guitarrista Roye Albrighton e se desfez em 1978, Outros discos: A Tab in the Ocean, Sounds Like This 1, Remember the Future, Sounds Like This 2, Sunday Night at London Roundhouse Down to Earth, Recycled, Live in New York, More Live in New York, Magic is a Child, Man in the Moon e Thru the Ears.

TRIUMVIRAT

A influência de "Tarkus" (e "Pictures at an Exhibition") é mais nítida ainda em "Mediterranean Tales", o disco de estréia do Triumvirat. Formado em 1968, esse grupo só conseguiu gravar em 1972. Inicialmente era um trio, o que justificava o nome, depois trocou seguidamente de formação e quantidade de elementos. O único membro constante foi Jurgen Fritz, cujo exibicionismo se casava às mil maravilhas com a pompa sinfônica do conjunto (numa enquete promovida no Brasil, entre os leitores do "Jornal de Música", Jurgen foi eleito o terceiro melhor tecladista de 1975, atrás dos não menos espalhafatosos Rick Wakeman e Keith Emerson). o Triumvirat foi outro grupo que faturou bastante no Brasil durante o apogeu das suítes classicosas (graças às peças desse tipo contidas nos LPs "Illusions on a Double Dimple", 1973, e "Spartacus", 1975). Discos posteriores: Old Love Dies Hard, Russian Roulete, Pompeia, A La Carte.

GURU-GURU

Menor repercussão obteve entre nós o trio Guru Guru, cujos discos aqui lançados (Guru Guru e Kangooroo) lembram vagamente o Pink Floyd e o Jimi Hendrix Experience no que ambos tinham de pior. Expepimental, para o Guru Guru, parecia ser sinônimo de desagradável. Seus LPs equivalem a compilações de sons irritantes. Curiosamente, um deles estampa na contracapa um manifesto contra roqueiros que "esqueceram suas raizes, dirigindo-se na direção do plástico e deixando-nos completamente frios". E, talvez por causa do espaço que o guitarrista Ax Genrich encontrava para exibir sua pouca técnica, há quem considere o Guru Guru como precursor dos grupos pesados alemães.

AMON DULL

Trabalho de mais peso foi o do Amon Dull II, apesar das óbvias semelhanças com o San Francisco Sound. O conjunto remonta exatamente ao psicodélico 1968, quando pintores, poetas e músicos conviviam num castelo dos arredores de Munique, transando todas. Esse foi o primeiro Amon Dull, de orientação mais política (no sentido hippie, anarquista, da palavra). Aí houve uma cisão: parte foi para Berlim, o resto Permaneceu em Munique, com o nome de Amon Dull II. Dele nos chegaram a coletânea Lemmingmania e os LPs Hijack e Made in Germany. Outras obras: Phallus Dei, Yeti, Dance of the Lemmings, Carnival in Babylon, Wolf City, Live in London, Vive La Trance e Minelied.

CAN

Um dos mais sofisticados grupos alemães é também, de longe, o mais soporífero: o Can, formado em Cologne, 1968, por dois ex-alunos de Stockhausen (Holger Czukay e Irmin Schmidt) e dois músicos de jazz (Malcolm Mooney e David Johnson). Os jazzistas logo debandaram, deixando o campo livre aos dodecafônicos. Sedimentou-se assim o estilo Can: repetição de figuras rítmicas e harmonias simples, enquanto se executam longas e tediosas improvisações. Tudo computadorizado ao extremo, dígno de uma danceteria para robôs. Seu LP de estréia, "Monster Movie", teve produção do próprio grupo e distribuição independente. E como sua música meditativa se presta bem para o cinema, foi constante a participação em trilhas sonoras (das quais a mais famosa é a de "O Ato Final", obra-prima de Jerzy Skolimowski); amostras desses trabalhos estão no álbum "Soundtracks". E nos LPs "Tago Mago", "Ege Bamyasi" e "Future Days" o vacalista foi Damo Suzuki, com o que o Can teve o discutível mérito de ser uma banda alemã com cantor japonês que cantava em inglês ... Outros discos: Soon Over Babaluma, Landed, Unlimited Edition, Flow Motion, Can, Cannibalism, Out of Reach e Opener.

TANGERINE DREAM

Igualmente festejado pelos intelectuais foi o Tangerine Dream, banda fundada em 1967 por Edgar Froese (guitarras, teclados) e alguns amigos. De início, copiavam o Doors e Jimi Hendrix Experience. Em 1969, após inúmeros e inúteis contatos com gravadoras berlinenses e londrinas, desfizeram o grupo. Em 1970, nova tentativa. Ao lado de Froese estavam Klaus Schulze (ex-Psy Free, tocando vários tipos de percussão) e Connie Schnitzler (guitarras, cello e violino). Levaram uma fita gravada durante ensaios à Ohr Records e viram-na transformada no LP de estréia, "Electronic Meditation", que vendeu razoavelmente bem (Inclusive na Inglaterra, através de discos importados). Schulze logo partiu, indo juntar-se ao Ash Ra Tempel, com o qual realizou dois discos, seguindo depois uma carreira solo bastante prolífica. A seguir foi a vez de Schnitzler sair, mas o Tangerine Dream (leia-se: Edgar Froese) perseveraria. Por ele passaram músicos como Christoph Franke, Steve Schroyder, Peter Baumann, Klaus Krieger, Steve Jolliffe e Johannes Schmoelling, além de participações especiais como a de Florian Fricke no LP "Zeit" (Florian viria a ser o líder de um conjunto não lançado no Brasil, o Popol Vuh). Mas o Tangerine Dream, em que se notam influências de Stockhausen e Terry Riley, foi sempre a segunda identidade de Froese, quando não assume sozinho o trabalho, como-se deu nos LPs "Ages", "Aqua", "Epsilon in Malaysian Pole" e "Stuntman". Além de "Electronic Meditation" e "Zeit", a discografia do Tangerine Dream compõe-se de: Alpha Centauri, Atem, Phaedra, Rubycon, Stratosfear, Ricochet, Encore, Sorcerer, Cyclone, Force Majeure, Thief, Exit e White Eagle.

ELOY

Com menos importância artística mas insistentemente lançado no Brasil, o Eloy foi fundado em 1969, em Hannover, pelo guitarrista e cantor Frank Bornemann, que se manteria como líder e único membro efetivo do grupo ao longo das várias formações. No início, o Eloy tocava desde Beatles até Moody Blues, mas logo Bornemann introduziu suas próprias composições. Após participar de alguns festivais de rock na Alemanha, gravou em 1973 o LP "Inside", no qual já era possível notar que o Eloy estava fortemente propenso a seguir os passos de grupos românticos da cena progressiva inglesa, como o Genesis. "Inside" se colocaria entre os dez discos mais vendidos nas paradas norte-americanas. O sucesso nos EUA abriria caminho para "Power and the Passion", considerado o melhor trabalho do Eloy. Mas, por volta de 1976, uma violenta crise interna quase destrói o conjunto, que muda constantemente de integrantes até janeiro de 1982. quando a volta do baterista Fritz Randow andou sendo apregoada como um renascimento do Eloy. Outros LPs: Floating, Dawn, Ocean, Eloy Live, Silent Cries and Mighty Echoes, Colours, Planets, Time to Turn e Performance.

KRAFTWERK

Outro grupo muito apreciado no Brasil (o que mais teve lançamentos nacionais, entre todos os alemães) é o Kraftwerk, formado pelos multiinstrumentistas Ralf Hutter e Florian Schneider, egressos do Organization - conjunto de final dos anos 60, muito influenciado pelo Pink Floyd. No início da década de 70, Ralf e Florian abandonaram o Organization e constituíram o Kraftwerk, cuja tradução literal é usina de potência. O novo grupo recebeu acolhida e orientação do mago Conrad Plank, proprietário de um estúdio que ficava no meio de uma refinaria de óleo em Dusseldorf, o qual depois se dedicaria a alguns grupos significativos de new wave (entre os quais esteve o Ultravox). Os dois primeiros discos da dupla, sem títulos específicos, mostram influências do Pink Floyd, bem como de Stockhausen, Terry Riley e John Cage. Mas já no LP "Ralf Und Florian" se nota um prenúncio do trabalho mais acessível que viria logo a seguir. A partir de Autobahn, o grupo se torna quarteto, com a entrada de Wolfgang Flur e Klaus Roeder (depois substituído por Karl Bartos, quando o Kraftwerk chegou à formação que mantém até hoje). O conjunto abriu caminho para muito do que se fez em matéria de música eletrônica a nível de rock, preparando o advento do tecnopop; tem em David Bowie e Brian Eno grandes admiradores. Outros discos: Radio-Activity, Trans-Europe Express, Exceller 8, Man Machine, Computerworld e Tour de France.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rock - Atualidades - Música nova do Rush

Notícia do blog: http://rushfaclubebr.blogspot.com

Geddy Lee revela nome de nova canção do Rush


Hoje pela manhã tivemos uma nova entrevista com Geddy Lee para o site da revista Rolling Stone. Geddy conversou com o repórter Greg Prato sobre a próxima turnê e também sobre o novo material no qual a banda trabalha atualmente, além de ter feito algumas ponderações bem interessantes em torno do álbum Moving Pictures, este que será trazido na íntegra na Time Machine Tour 2010. Quando perguntado se a banda realmente tem interesse em mostrar novas canções em seus próximos shows, Geddy acaba por revelar o título de uma das músicas:

Imagino que sim - mas não temos tempo para fazer mais do que duas canções no momento - provavelmente iremos lançar uma delas logo que estiver pronta, antes do início da turnê, e então, provavelmente, a segunda será lançamenta assim que a tour começar. Nossa esperança é de realmente lançarmos algo, para que pudéssemos tocá-las ao vivo testando-as na estrada de alguma maneira. Ainda estamos às voltas com os títulos, mas uma delas já se chama 
Caravan.

Geddy continua falando sobre a Time Machine Tour:

... Achamos que seria divertido reunir numa tour algo como uma espécie de "passado / futuro", porque esses são alguns dos temas que estão flutuando em torno do conteúdo visual e das letras que estamos usando para essas novas músicas. Então pensamos: "Vamos sair e fazer essa turnê Máquina do Tempo, onde poderemos explorar nosso passado e, ao mesmo tempo, apontar para o futuro, tentando algumas novas canções e nos mantendo em forma." ...

E quando perguntado sobre tocar o álbum Moving Pictures completo, Geddy diz:

... Acho que vai ser um desafio interessante tocar algumas dessas músicas, especialmente "The Camera Eye", uma canção que já não tocamos há anos. Obviamente é provável que façamos essa de um modo mais atualizado. Você nunca sabe que efeito causará trazendo essas músicas antigas. Há momentos no passado em que pensamos, "Não há nenhuma maneira de trabalharmos novamente nessa canção" e então você começa a ensaiar, começa a tocar e fica bastante surpreso gostando dela de novo. E às vezes a traz de volta de uma maneira totalmente nova. Acho que, de certa forma, deixei de ser cínico sobre nosso passado e às vezes ter um segundo olhar sobre uma antiga canção pode lhe dar uma história totalmente nova. ...

Rush - Dicas - Livro

Almanaque em quadrinhos remonta história do rock
Aos 14 anos, em 1988, o cartunista francês Hervé Bourhis começou a colecionar anotações sobre seus discos, músicas e artistas favoritos, sem saber exatamente o que faria com aquilo. Em 2003, reunia tamanho volume de biografias, discografias e anedotas que decidiu transformar tudo em um livro, aliando a memória afetiva ao talento para o desenho.

O resultado é lançado agora no Brasil em "O Pequeno Livro do Rock", um almanaque vasto e divertido que remonta 60 anos do gênero que mudou o comportamento jovem e parece ainda não ter encontrado limite no poder de reinvenção nem um substituto à altura.
O livro tem o formato de um disco de 45 rotações e organiza, ano a ano, álbuns e fatos em desenhos que mudam de estilo como se trocassem de faixa.
"No começo, meus desenhos eram mais toscos. Página a página, desenvolvi estilos", disse Bourhis, 36, à Folha.
Apaixonado pelo rock, para ele foi difícil concentrar informações que poderiam rechear um livro dez vezes maior.
"O rock salvou a minha vida. Eu estava morrendo de tédio quando entrei de cabeça na música", lembra ele. "O que virou minha cabeça foi escutar 'Nevermind', do Nirvana."


História e anedotas
Logo de cara, Bourhis explora as origens do rock, de 1915 a 1950, quando o "rhythm and blues" deixou de ser chamado de "race music" pela "Billboard". Era sob esse título pejorativo que se reuniam as canções dançantes e agressivas cujas letras desfilavam as palavras rock (agitar) e roll (rolar).
Está no livro também o registro de entrevista de Frank Sinatra ao "The New York Times", em 1957, na qual chamava o rock de expressão "brutal, pervertida e repugnante, maliciosa, devassa e, verdade seja dita, francamente obscena".
No mesmo ano, o embrião dos Beatles, Quarrymen Skiffle Group toca na festa de uma igreja, em Liverpool. No palco estava John Lennon. Na plateia, Paul McCartney.
E por aí vai. Em 1964, o guitarrista do Kinks inventa a distorção ao rasgar a membrana do alto-falante de seu amplificador. Em 1969, "Space Oddity", de David Bowie, se torna trilha sonora para a chegada do homem à Lua. Em 1971, Alice Cooper decapita frangos no palco. Em 1973, Thom Yorke, futuro líder do Radiohead, ganha o apelido de "salamandra", aos 5 anos, por ter a pálpebra esquerda paralisada.
A cada par de páginas, Bourhis cria listas de músicas e discos que representam o período.
No final do livro, reproduz uma carta que recebeu de um de seus primeiros leitores. Junto aos elogios, ele envia uma lista extensa dos artistas e fatos "cruciais" que ficaram de fora. 

Ilustrações: Malcon McLaren & Sex Pistols e Credence


Fonte: UOL/folhaonline

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dia do Disco de Vinil


 Hoje é um dia especial para os nostálgicos: é o Dia do Vinil. A data foi escolhida por ser o dia do aniversário da morte do cantor e compositor brasileiro Ataulfo Alves.
 Os discos de vinil foram desenvolvidos no início da década de 1950. O nome vinil vem do material plástico utilizado na sua produção. Material delicado que requer cuidados especiais. Não se pode, por exemplo, deixar poeira sobre o vinil.
O disco possui ranhuras na forma de espiral. Esse formato faz com que a agulha do toca-disco percorra o caminho da borda até o centro, fazendo a leitura da gravação. Além disso, as ranhuras produzem uma vibração na agulha. Essa vibração vira sinais elétricos, que são transformados em música.
O tipo mais comum do disco de vinil é o LP, abreviatura de Long Play, que tem o formato de um círculo com 31 centímetros de diâmetro. Os dois lados do disco são gravados sendo que, cada um, tem capacidade para cerca de 20 minutos de música.
Outros vinis menos conhecidos são o EP, que tem 17 cm de diâmetro e cerca de 8 minutos de música em cada lado e o single, disco também de 17 cm de diâmetro, com capacidade musical de cerca de 4 minutos. Este tipo de disco era muito usado por artistas para publicar e divulgar prévias de seus trabalhos.
 (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) 
Campanha publicitária:
Estas são as imagens da bela campanha publicitária da FNAC, a maior loja de livros, CD’s e DVD’s da França.A campanha “Vinyl Never Dies” foi criada para promover a inauguração da sua nova seção de LP’s, o saudoso disco de vinil, que mesmo depois de tanta tecnologia digital, volta-e-meia reaparece, para a alegria dos mais nostálgicos. (Tente fazer isto com uma capa de CD ou use seu pendrive).


 (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) (o\_!_/o) 


Notícia veiculada na revista Rolling Stone:

Venda de vinil aumenta 36% nos EUA

Em 2007, mais de um milhão de "bolachões" foram comercializados nos Estados Unidos




A RIAA (Associação Americana da Indústria Fonográfica) divulgou nesta semana os números de vendas de música em 2007 nos EUA.


Em meio a resultados que indicam o crescimento da comercialização de música pela internet, o número de discos de vinil vendidos em 2007 no país norte-americano chega a 1,3 milhão, um aumento de 36,6% em relação a 2006, quando 900 mil discos foram comercializados.

A arrecadação total decorrente da venda de LPs no último ano beirou os US$ 23 milhões, 46,2% a mais do que em 2006, quando a indústria faturou US$ 15,7 milhões.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Rock - Dicas - Johnny Winter



Um dos maiores guitarristas de blues da história, Johnny Winter vem pela primeira vez ao Brasil para uma turnê. A apresentação do artista em São Paulo será no dia 22 de maio na Via Funchal.

Autêntico representante da tradição de guitarristas selvagens do Texas, como T. Bone Walker, Stevie Ray Vaughan, Albert Collins, entre outros, Winter iniciou sua carreira cedo, apresentando-se ao lado de seu irmão Edgar Winter. Seu primeiro disco "
School Day Blues" gravado com sua banda Johnny and the Jammers, foi lançado quando Winter tinha apenas 15 anos de idade. Durante este mesmo período, assistia todas as apresentações de artistas clássicos de blues como Muddy Waters, BB King e Bobby Bland.

Em 1967 gravou seu primeiro disco de vinil 45 sob o nome do grupo,
Tramp/Parchman Farm, e em 1968 lançou seu primeiro álbum The "Progressive Blues Experiment" no lendário estúdio Austin Sonobeat Records. Nesse mesmo ano começou a tocar com Tommy Shannon e Uncle John Turner, juntos lançaram o álbum "Johnny Winter", com participações especiais da lenda do blues Wilie Dixon e Walter Horton, alcançando o primeiro lugar nas paradas americanas.

Winter teve um maior destaque quando Mike Bloomfield, um dos melhores guitarristas de blues nos Estados Unidos, convidou-o para uma “Super Jam” no Fillmore East, em Nova York, onde o guitarrista surpreendeu a todos com o sucesso de BB King, "It's My Own Fault", apresentação esta que resultou num contrato milionário, para a época, com a gravadora Columbia Records.

No mesmo ano, Winter excursionou e tocou em vários festivais de rock, incluindo
Woodstock.  Grava seu segundo álbum, "Second Winter", com covers de Chuck Berry's “Johnny B. Goode”, Bob Dylan “Highway 61 Revisited”, Little Richard “Slippin 'and Slidin” e “Miss Ann” e composições originais como “Hustled Down in Texas”," Fast Life Rider”, “I Love Everybody” e  “I'm Not Sure”.

Após um tratamento para curar a dependência química, Winter volta ao cenário musical em 1973 com "
Still Alive and Well", uma mistura básica entre blues e hard rock, cuja faixa-título foi escrita por Rick Derringer como uma saudação para superar sua dependência. O álbum continuação,  "Saints and Sinners", continuou a mesma direção, o que foi seguido por outro conjunto de concertos, "Captured Live", que apresentou uma performance incendiária estendida de “Highway 61 Revisited”.

Em seu shows, muitas vezes Winter mencionou que, quando criança, sonhava em tocar como o guitarrista de blues Muddy Waters. Em 1977 ele realizou esse sonho, trazendo Water aos estúdios para gravar "
Hard Again". O álbum se tornou um best-seller, e Winter produziu mais dois álbuns de estúdio para Waters, "I'm Ready" e "King Bee". A parceria resultou no Grammy Awards e um best-seller álbum ao vivo: "Muddy "Mississippi" Waters Live",  e o próprio "Winter's Nothin 'But the Blues",  acompanhado da banda de Waters.

Os álbuns de Muddy Waters consagraram Winter, dando ao guitarrista uma maior visibilidade e maior sucesso financeiro da sua vida.


Curiosidades


  • Ganhou dois Grammy Awards pelos álbuns de Muddy Waters, Hard Again e I'm Ready.
  • Dentre os mais de 40 álbuns gravados, pelo menos três deles também foram nomeados para o Grammy Awards.
  • Winter figura na lista dos “100 Melhores Guitarristas do Mundo” segundo a revista Rolling Stone.
  • Ele foi capa da primeira edição do Guitar World em 1980.
  • Em 1988 ele foi empossado na Fundação Blues Hall of Fame. 
  • Ele é o “Johnny” na música do  Smashing Pumpkins “Tribute to Johnny”.


A abertura do show fica por conta da banda CC&A! Christovam, Carlini & Asmar, trio de guitarristas consagrados, formado por
André Christovam, Luis Carlini e Álvaro Assmar.

Palavras de próprio André Christovam:

"Estamos numa celebração: uma homenagem nossa ao Johnny Winter e a sua guitarra, essa dupla que nos abriu portas e mostrou caminhos. Vejo  todos na estrada...vida longa ao Rock'n'Blues!"


Fonte: www.viafunchal.com.br

domingo, 18 de abril de 2010

Fusca, eterno Fusca!







Leiam e vejam porque o Fusca será eterno.
Essa notícia é do portal CASA&CIA: 

Fusquinha fashion para debutar





O charmoso carro ornamentado por 
folhagens e com placa 
que tinha o nome da aniversariante, 
encantou os convidados
do début pink e floral 







"Para surpreender a própria aniversariante, 
a mãe apostou

em um elemento surpresa: o fashion Fusquinha
cor-de-rosa. Ao entrar no salão,

 a debutante se deparou com o carro

ornamentado por folhagens e com a placa que tinha  
seu nome. Atração da festa, o Fusca marcou
a celebração e ficou na memória dos convidados,
assim como a mesa de guloseimas".


 Por: Edméa Ferreira / Fotos: David Santos Junior

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rock - Dicas - ZZ Top



ZZ Top é uma banda de rock dos Estados Unidos que destacou-se entre as décadas de 70 e 80, e são naturais de Houston, Texas. Os membros da banda são: Billy Gibbons (vocal e guitarra), Dusty Hill (vocal e baixo) e Frank Beard (bateria).

Com um som de guitarra distinto e as letras satíricas (muitas delas a respeito de lugares e eventos de sua terra natal, o Texas) a banda provavelmente se destaca pelo seu visual diferente. Gibbons e Hill sempre são fotografados com óculos escuros, utilizando sobre-tudo e barbas gigantescas, o que torna esta combinação sua marca registrada. Frank Beard (Beard significa barba, em inglês), ironicamente não tem barba. Em 1984, a empresa Gillette ofereceu a Gibbons e Hill 1 milhão de dólares, para que eles aparecessem sem barbas em um comercial mas eles recusaram. Na época de George W. Bush como governador do estado do Texas, criou o dia do ZZ Top.

O ZZ Top surgiu em 1969, no Texas. A formação original veio da banda The Moving Sidewalks, formada por Billy Gibbons (guitarra), Lanier Greig (baixo) e Dan Mitchell (bateria). Lanier Greig foi demitido e em seu lugar  entrou  Bill Ethridge. O próximo a sair foi Dan Mitchell, substituído por Frank Beard que veio da banda American Blues. E pouco tempo depois Bill Ethridge saiu e entrou Dusty Hill que também veio da banda American Blues.

Com esta formação que dura até hoje, em Janeiro de 1971, o ZZ Top lançou o primeiro álbum: "
ZZ Top's First Album", basicamente blues. Em Abril de 1972 lançou o segundo álbum: "Rio Grande Mud", que trouxe o primeiro hit da banda, a música: "Francine", e também destaque para a "Chevrolet".

Toda a excelência do ZZ Top está no álbum que é o clássico do trio: "
Tres Hombres", destaque para as faixas: "La Grange", "Beer Drinkers & Hell Raisers" e "Hot, Blue & Righteous" lançado em Julho de 1973. É com ele que a banda  conquistou  seu primeiro disco de platina.

Em Abril de 1975 lançou "
Fandango!", um álbum metade ao vivo e metade de estúdio vendendo sem muito esforço um milhão de cópias.

O quinto álbum, "
Tejas" é lançado em Fevereiro de 1977, mas não consegue manter o nível dos discos anteriores e a banda decide parar por um tempo. Em Março de 1977, foi lançado a primeira coletânea: "The Best of ZZ Top".

Durante as férias, Gibbons e Hill deixaram crescer espantosamente suas barbas e, em Agosto de 1979, lançaram "
Degüello" com uma versão de "Dust My Broom" de Elmore James e "I Thank You" de Isaac Hayes, considerado um dos melhores álbuns da banda.

Dois anos depois, com a chegada dos anos 80, em Novembro de 1981 é lançado "
El Loco" com um som diferente usando a tecnologia que se tornaria característica do ZZ Top. Logo depois, saiu um dos álbuns mais vendidos da história do rock e o mais bem sucedido da carreira do trio, lançado em Março de 1983, "Eliminator" vendeu mais de 11 milhões de cópias só nos Estados Unidos. Nessa mesma época entrava em cena um ícone visual da banda um Hot Rod Ford Coupe de 1933 totalmente turbinado que aparece nos videoclipes dos hits: "Gimme All Your Lovin'", "Sharp Dressed Man" e "Legs".

Em 28 de Outubro de 1985 foi lançado "
Afterburner", que não vendeu tanto quanto o antecessor, mas teve sucesso.

Em Janeiro de 1987, é lançado um box: "
Six Pack", contendo os primeiros álbuns: "ZZ Top's First Album", "Rio Grande Mud", "Tres Hombres", "Fandango!", "Tejas" e "El Loco".

Em seguida, a banda decide tirar férias novamente voltando em Março de 1990 com Recycler que teve sucesso no velho continente, principalmente na Inglaterra. Ainda em 1990 a banda grava a música "Doubleback" para o filme De Volta Para O Futuro III.

Em Abril de 1992 foi lançado uma coletânea com os maiores sucessos: ZZ Top Greatest Hits e conseguem um contrato com a RCA.

Com a nova gravadora, lançam o álbum que promoveu uma volta às raízes: "Antenna", lançado em janeiro de 1994. Em Novembro do mesmo ano, o ZZ Top lançou uma coletânea de blues, One Foot In The Blues.

Em Setembro de 1996, foi lançado "Rhythmeen", mais pesado que os antecessores. Três anos depois, em Setembro é lançado o álbum justamente para comemorar o 30º aniversário da banda: "XXX".

Em Abril de 2003, foi lançado o último álbum de estúdio dos texanos, "Mescalero".

No mesmo ano, em Outubro é lançada uma coletânea quadrupla: "
Chrome, Smoke & BBQ" com algumas músicas da antiga banda The Moving Sidewalks. E em 2004 foi lançada uma coletânea dupla: "Rancho Texicano: The Very Best of ZZ Top". E um DVD foi lançado no mesmo ano: "ZZ Top Greatest Hits" contendo todos os videoclipes da carreira da banda.

Em 24 de Junho de 2008, foi lançado o primeiro DVD ao vivo do ZZ Top: "
Live From Texas" gravado em 1 de Novembro de 2007 no Nokia Theatre na cidade de Dallas. E no mesmo ano, é lançado o CD "Live From Texas" do mesmo DVD.

Em 15 de Outubro de 2009 foi lançado um segundo DVD duplo ao vivo do ZZ Top: "
Double Down Live 1980-2008". O primeiro disco trás o show gravado no Grugahalle, em Essen, Alemanha para o programa de TV Rockpalast em 1980. O segundo disco trás shows durante a turnê européia em 2008, com apresentações e entrevistas de bastidores.

Essa é a primeira vez que o trio se apresenta na América do Sul.





Data dos shows:20 e 21 de maio, no Via Funchal (SP)

Fonte: www.viafunchal.com.br






sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rock - Dicas - The Black Crowes


The Black Crowes, banda de rock norte-americana de Atlanta, Georgia, começou em 1985 e vendeu mais de 15 milhões de álbuns. A banda ocupava até há pouco tempo, a posição #92 na lista dos 100 Maiores Artistas de Hard Rock da VH1.
É uma das mais eficazes máquinas no campo das guitarrices e psicodelias em geral. O grupo mostra nos seis discos lançados e ao vivo que é muito mais do que uma cópia dos Rolling Stones ou o Faces - a quem são freqüentemente associados.
Com integrantes não muito mais velhos que suas próprias tendências, a banda tem a aparência tipicamente roqueira: cabelos longos, roupas aveludadas, coletes e físicos impossivelmente fracos. Além disso, aquele tradicional som "blueseiro" e alcoólatra.
O vocalista Chris Robinson é um dos mais intrigantes showmen do rock atual. Com voz de Rod Stewart, trejeitos de Mick Jagger e visual glam inspirado em David Bowie, ele faz a linha de frente do Black Crowes com seu irmão Rich Robinson, que fundiu em sua guitarra a magreza de Keith Richards e a sensação rítmica suja de Ron Wood.
Stan, o pai dos irmãos Robinson, foi cantor e teve até uma música pop famosa chamada "Boom-a-Dip-Dip". Ele sempre desencorajou os filhos a se tornarem músicos profissionais, mas por volta de 1984 eles já estavam formando a banda Mr. Crowe's Garden (nome do conto de fadas preferido dos Robinson), que logo passou a se chamar simplesmente Black Crowes e culminou com Chris abandonando a faculdade.
A banda pode ser definida como a fusão de hard rock com rock psicodélico, misturando um blues pesado com rock básico. Com essa mescla convocaram o baixista Johnny Colt, o guitarrista Jeff Cease e o baterista Steve Gorman para gravarem o primeiro disco em 1990, Shake Your Moneymaker, forte investida na mistura rock/blues e a estréia é surpreendente. O disco vendeu mais de 4 milhões de cópias e com ele a banda foi eleita revelação do ano pelos críticos norte-americanos. "Twice As Hard", "Jealous Again" e "Hard To Handle", de Otis Redding são algumas das pérolas do álbum, sem contar a lindíssima balada "She Talks To Angels", que sozinha vale o disco.
Em março de 1991, foram convidados para abrir shows do ZZ Top. Durante a tour, Chris Robinson fez algumas observações sarcásticas sobre comercialismo e foram expulsos após expressarem suas opiniões sobre manter bandas de rock livres da incorporação de patrocinadores, já que a marca de cerveja que estava realizando a excursão, obviamente, não gostou nem um pouco da idéia.
Dois meses depois a banda sairia em turnê própria, abrindo seus shows com um ato da ópera Maggie’s Dream. Como se pode perceber, Chris Robinson não é uma pessoa fácil, e na mesma época foi preso por agressão e por perturbar a paz depois de discutir com uma cliente de uma loja de conveniência em Denver. Passou três meses brigando na Justiça, onde conseguiu o direito de cumprir 6 meses de trabalho comunitário em liberdade após desembolsar 530 dólares de multa.
Chris desmoronou em desnutrição e esgotamento durante a passagem da banda pelo Reino Unido, onde estava sendo altamente requisitada. Mal se recuperou dos problemas de saúde e o vocalista levou sua banda ao Monsters Of Rock em Moscou, na Rússia.
Jeff Cease é então substituído pelo guitarrista Marc Ford, vindo da banda Burning Tree, de Los Angeles. O Crowes apoia a retórica a favor da maconha, tocando no Great Atlanta Pot Festival, organizado pela National Organization to Reform Marijuana Laws, algo como Organização Nacional Para Reforma das Leis da Maconha.
No segundo trimestre de 1992 é lançado o segundo álbum, chamado The Southern Harmony And Musical Companion. O sucesso permite experimentações e a banda mergulha no psicodelismo. Músicas como "Remedy", "Thorn In My Pride", "Sometimes Salvation" e a inspiradíssima versão de "Time Will Tell", de Bob Marley, levam o álbum ao topo da parada norte-americana e ao segundo lugar da parada inglesa.
Com o sucesso, a banda se estabeleceu como uma atração obrigatória nos concertos populares de verão nos EUA. Ainda em 1992 a banda adicionou o tecladista Eddie Hersch ao grupo como um integrante permanente.
Em fevereiro de 1993, um show com entrada gratuita em Houston ocasionou uma verdadeira invasão ao local da apresentação, fazendo com que a segurança da própria banda estivesse ameaçada. Porém, o êxtase dos fãs e o bom trabalho da polícia fizeram do show um fato marcante na história da banda.
Em março do mesmo ano a banda encerraria um show em Louisville, Kentucky, após tocar apenas uma música, devido a problemas no backstage entre os roadies e oficiais da divisão de narcóticos do estado. Neste mesmo dia, o chefe de segurança e o supervisor comercial da banda foram presos após agredirem os policiais.
A fórmula dos álbuns anteriores é levada às últimas conseqüências no terceiro disco "Amorica", lançado em 1994. Eles carregam no experimental em "Gone” e “A Conspiracy", na melodia em "Wiser Time" e no groove em "P.25 London". Amorica chega ao top 10 da parada norte-americana, mas a marca principal do disco foi a capa, que mostra o close de uma mulher de biquíni, que tem parte de seus pêlos púbicos expostos. A ilustração do biquíni possui desenhos que remetem a bandeira norte-americana, por isso algumas tiragens tiveram sua capa alterada devido a atritos com autoridades governamentais.
"Eu sei que isso é o que nós queremos ser e onde queremos viver, por isso estamos presos na América", explica Chris Robinson sobre a inspiração do título de Amorica. Durante a turnê deste disco, a banda vai ao Brasil e faz um show com longas jam sessions.
Em julho de 1996 sai o quarto álbum da banda, Three Snakes And One Charm, com Eddie Harsch tocando teclados. Problemas de relacionamento pessoal e musical entre os irmãos Robinson quase decretam o fim. Muita loucura e a falta de uma direção musical resultam em um trabalho irregular. Destaques para "Blackberry", "Good Friday" e "Evil Eye".
Em agosto de 1997, Marc Ford é despedido depois de cinco anos como guitarrista da banda. Poucos meses depois, o baixista Johnny Colt também sai, entrando em seu lugar Sven Pipien, ex-Mary My Hope. Após assinarem contrato com a Columbia Records, é lançado em 1998 o quinto álbum, By Your Side. Produzido por Kevin Shirley, um dos colaboradores do Aerosmith, o disco é uma espécie de retorno às origens. Musicalmente, os irmãos Robinson nunca estiveram tão entrosados. O rockão "Go Faster", o já sucesso "Kickin'My Heart Around" e a porrada "HorseHead" fazem deste um álbum coeso.
Saem em turnê durante seis semanas, a qual foi chamada de "Sho' Nuff" e no mesmo ano lançam uma box set com os cinco discos da banda remasterizados chamada SHO'NUFF - The Complete Black Crowes, cada um com músicas inéditas ou versões alternativas, mais um CD extra gravado ao vivo durante a tour.
No mesmo ano a banda une-se a Jimmy Page para uma série de apresentações nos EUA e Inglaterra. Em 2000 lançam o álbum "Jimmy Page and the Black Crowes Live at the Greek", que consiste principalmente nos padrões Led Zeppelin de se fazer música. Versões de clássicos zeppelianos com o toque especial dos irmãos Robinson fazem deste um disco empolgante do começo ao fim, com destaque para a alucinante versão de "Ten Years Gone". Esse álbum arrepiou alguns conservadores no mundo da indústria fonográfica, por sua distribuição inicial ter sido feita online. O excelente guitarrista Audley Freed, ex-Cry Of Love, também fez parte da formação da banda que acompanhou a turnê com Jimmy Page.
Em 8 de Maio de de 2001 a banda lança seu sexto álbum de estúdio Lions,, que inclue músicas como "Miracle To Me", "Losing My Mind", "Soul Singin", "Cosmic Friend" e etc.
Mas em 2002 o Black Crowes anunciam um "hiato por tempo indeterminado". Muitos decretaram que esse era o fim da banda, ocasionado por problemas de relacionamento entre os membros e principalmente devido ao casamento de Chris Robinson com a atriz Kate Hudson .
Durante este período, Chris lançou dois discos solo: New Earth Mud (2003) e This Magnificent Distance (2004). Seu irmão, Rich Robinson, também lança um disco próprio: Paper (2004).
Após mais de 3 anos, em 2005, o Black Crowes, retornou aos palcos num clima eufórico e intimista. O primeiro show, no dia 14 de Março de 2005, ocorreu no pequeno bar “Staircase”, na cidade de Pittson-PA. O curioso é que nesses shows em bares, os Black Crowes estavam com outro nome.
Mr.Crowe’s Garden, que era o nome da banda antes do estrelato, foi o codinome do grupo para despistar a grande imprensa. Sendo assim, somente os verdadeiros fãs atentos iriam aos concertos. Esses shows, que também serviram para aquecer as turbinas da banda, duraram uma semana. O tão aguardado show oficial de retorno dos Black Crowes se deu no dia 22 de Março de 2005, em Nova York, no Hammerstein Ballroom. Ingressos esgotados e uma noite com graneds clássicos da banda.
Com exceção do baterista Steve Gorman, que anda parado com a música, os Black Crowes voltaram com Chris Robinson (vocal), Rich Robinson (guitarra e voz), Sven Pipien (baixo), Ed Harsch (teclado), Bill Dobrow (bateria), além do grande guitarrista Marc Ford, que após a saída dos Crowes em 1997, andou tocando com Gov’t Mule e Ben Harper.
Steve Gorman retornou a banda na segunda metade de 2005. No mesmo ano, realizaram uma curta turnê com Tom Petty and the Heartbreakers.
Em 21 de Março de 2006, Black Crowes lançou seu primeiro DVD oficial, intitulado "Freak n' Roll... Into The Fog", que traz um show ao vivo gravado no histórico Fillmore Auditorium em San Francisco, Califórnia. O DVD traz ainda material bônus com cenas de bastidores.

Discografia
CD's
  • Shake Your Money Maker (1990)
  • The Southern Harmony and Musical Companion (1992)
  • Amorica (1994)
  • Three Snakes & One Charm (1996)
  • Sho' Nuff (Box set com faixas bônus) (1998)
  • By Your Side (1999)
  • Greatest Hits 1990-1999: A Tribute to a Work in Progress (2000)
  • Live at the Greek (com Jimmy Page) (2000)
  • Lions (2001)
  • Live (2002)
  • The Lost Crowes - The Tall Sessions - The Band Sessions (2006)
  • Warpaint (2008)
  • Before The Frost... Until The Freeze (2009)
DVD's
  • [2006]Who Killed That Bird Out on Your Window Sill
  • [2006]The Black Crowes: Freak N Roll into the Fog
  • [2008]The Black Crowes: Warpaint Live
  • [2009]The Black Crowes: Cabin Fever