segunda-feira, 25 de maio de 2009


Lançado em Abril de 1976, o 4º álbum do Rush, "2112" é recebido com festa, tanto pela crítica quanto pelos fãs. Aqui, para mim começa a verdadeira história do Rush.
O disco começa com a sensacional 2112, que tem mais de 20 minutos e é dividida em 7 partes. Nessa música, todos os integrantes da banda mostram do que são capazes com seus respectivos instrumentos. Mas o que mais se destaca é a letra de Neil Peart. Nela, ele conta a história de uma sociedade futurística muito parecida com aquela descrita por Aldous Huxley em sua obra-prima Admirável Mundo Novo. É uma sociedade totalmente controlado pelos “Priests”, que monitoram e censuram todos os aspectos da vida de seus cidadãos. Mas tudo muda para um indivíduo em particular, no dia em que ele acha um objeto que o liberta (?) dessa vida alienada. A música pode ser vista como uma parábola, muito atual por sinal, e o objeto encontrado pode ser interpretado de diversas maneiras.
A primeira parte da música é instrumental, e é simplesmente arrebatadora, mostrando todo o poder da cozinha do trio canadense. Logo depois, a segunda parte entra com a enigmática citação “...And the meek shall inherit the Earth” (...e o humilde irá herdar a terra). Nessa parte, Geddy Lee canta agressivamente introduzindo na histórias os Priests. Na terceira parte, Geddy muda radicalmente os vocais para falar do personagem principal e sua descoberta. Na quarta parte, em um duelo incrível de vocais de Geddy contra ele mesmo (personagem principal contra Priests), os Priests esnobam e ficam bravos com o nosso herói e sua descoberta. “Forget about your silly whim, it doesn't fit the plan”, gritam os enraivecidos Priests. Na quinta parte, o personagem mostra-se confuso com tudo que está acontecendo e tem um sonho revelador. Na sexta parte, o personagem já tem consciência do horrível mundo em que vive e decide deixar-se morrer para se libertar. Destaque para a incrível interpretação de Geddy na hora da morte. Na última parte, os seres maravilhosos que apareceram no sonho do personagem voltam para retomar o controle do planeta. Tudo se encaixa perfeitamente na música: os solos de guitarra de Alex Lifeson; o baixo, também a cargo de Geddy; a bateria incrível de Peart e principalmente os vocais de Geddy. Outras músicas que se destacam são: Tears, que é uma belíssima balada acústica, com teclados muito bem encaixados e uma levada bem triste. The Twilight Zone, uma faixa surpreendente, que muda de estilo e ritmo sem perder a coesão; destaque para os vocais sussurrados baixinhos junto a Geddy no refrão, que deixa a música com um estranho tom sobrenatural. Something for Nothing, uma porrada de primeira, uma das marcas registradas da banda. Completam ainda o álbum as excelentes Lessons e A Passage to Bangkok.
Enfim, um excelente álbum. A primeira música se destaca pela qualidade técnica e lírica, mas todas as outras músicas são excelentes, formando um belo conjunto e tornando o disco indispensável e um dos melhores da carreira da banda.
Faixas:
1. 2112 I- Overture II - Temples of Syrinx III - Discovery IV - Presentation V - Oracle: The Dream VI - Soliloquy VII - The Grand Finale 2. A Passage To Bangkok 3. The Twilight Zone 4. Lessons 5. Tears 6. Something For Nothing
Fonte: Wihplash!

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